quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A audiodescrição como recurso pedagógico para pessoas com Deficiência Visual



Com o propósito de orientar a produção das descrições de imagens de obras disponibilizadas por intermédio do software MECDAISY, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação publicou em 10 de abril de 2012 a NOTA TÉCNICA Nº 21 – Orientações para descrição de imagem na geração de material digital acessível, nos estudos e pesquisas sobre a Deficiência Visual e a Baixa Visão, com o intuito da busca da promoção da acessibilidade, temos a Audiodescrição como uma ferramenta da tecnologia assistiva a serviço da inclusão social.



Assim, a audiodescrição, que se constitui como um serviço especializado capaz de promover a acessibilidade comunicacional de pessoas cegas e com baixa visão, transitando, pois, pelo viés da comunicação, assumindo o papel de transmissora de informações que, inicialmente, estariam disponíveis apenas no plano visual, a exemplo de imagens estáticas (tais como fotografias), cenas dinâmicas (veiculadas no cinema, TV ou teatro), além de textos e legendas impressas.



Desta forma, temos como importantes características da descrição de imagens, a tradução em palavras, a construção de retrato verbal de pessoas, paisagens, objetos, cenas e ambientes, sem expressar julgamento ou opiniões pessoais a respeito. Esta descrição deve contemplar os seguintes requisitos:
1. Identificar o sujeito, objeto ou cena a ser descrita - O que/quem;
2. Localizar o sujeito, objeto ou cena a ser descrita Onde;
3. Empregar adjetivos para qualificar o sujeito, objeto ou cena da descrição - Como;
4. Empregar verbos para descrever a ação e advérbio para
5. Descrever as circunstâncias da ação - Faz o que/como;
6. Utilizar o advérbio para referenciar o tempo em que ocorre a ação - Quando;
7. Identificar os diversos enquadramentos da imagem



O uso pedagógico da atividade da autodescrição que se segue, implica:

  • proporcionar que alunos com Deficiência Visual , tenham acesso aos conteúdos escolares, no mesmo tempo em que o restante da turma; 
  • minimizar ou eliminar as barreiras presentes nos meios de comunicação que se interponham ao acesso à educação, tais como aquelas presentes no acesso a materiais bibliográficos, imagens e vídeos;
  • favorecer o acesso a atividades lúdicas como as histórias em quadrinhos, visando trabalhar conceitos, personagens, compreensão, interpretação e produção textual através das descrições.
Fonte: Sites para pesquisa sobre o acesso de materiais da Tecnologia Assistiva e site com formato de descrição de imagens:

domingo, 20 de outubro de 2013

JOGOS E ATIVIDADES QUE PODEM FAVORECER O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL




Todos os jogos apresentados abaixo, podem ser utilizados pelo Professor do AEE, como instrumento de intervenção que possibilita situações de aprendizagens, baseadas em experiências diferenciadas, pois abordam de forma lúdica e vivenciada na prática, realizações alcançadas mediante a utilização de recursos concretos e abstratos que podem exercer maior motivação e significado para a sua aprendizagem. Dentre os vários jogos e atividades que podemos encontrar, segue alguns que possam inspirar e acrescentar as práticas pedagógicas, pelos professores, dentro e fora de sala de aula.

 
Boneco Articulado:

  • Estimula: Noção de esquema corporal, conscientização sobre as partes do corpo e habilidades manuais.

  • Descrição: As partes do corpo recortadas em cartolina: cabeça, pescoço, tronco, dois braços, dois antebraços, duas mãos, duas coxas, duas pernas e dois pés. Para juntar as partes fazendo as articulações, podem ser feitos furos com o furador de papel e coladas taxas, que se abrem depois e perfurar o papel. Outra alternativa é furar as articulações com uma agulha grossa e barbante, e depois dá um nó de cada lado do barbante.

Aplicação:
·         Recortar e montar o boneco articulado;
·         Pedir uma pessoa que sirva de modelo, assumindo diferentes posições que os alunos procurarão para reproduzir com seus bonecos;
·         Fazer o exercício contrário, colocar o boneco em posições que as pessoas deverão representar;
·         Descobrir quais as posições que podem ser feitas com o boneco mas que são impossíveis de serem realizadas pelo ser humano.

Boliche de Latas:

  • Estimula: Motricidade, coordenação motora ampla, coordenação viso-motora, arremesso ao alvo, controle de força e direção.

  • Descrição:

Bolas de meia feitas com algumas meias juntas, que são enfiadas no fundo de uma meia comprida. Para arrematar, torcer e desvirar o cano da perna da meia várias vezes, recobrindo a bola para, posteriormente, costurá-la. Latas vazias, do mesmo tamanho, com números colados.

Aplicação:
      ·         Empilhar as latas fazendo um castelo;
     ·     Jogar como boliche: cada jogador arremessa três bolas, tentando derrubar todas as latas;
      ·         Contar os pontos de acordo com os números escritos nas latas derrubadas;
      ·         Vence o jogo que tiver feito mais pontos.

Modelos com Fósforos:

  • Estimula: Coordenação viso-motora fina, movimento de pinça, orientação espacial, manipulação de quantidades, concentração e atenção.

  • Descrição: Caixa com palitos de fósforo. As laterais foram inutilizadas pela colocação de uma fita adesiva transparente (para evitar que as crianças possam riscar os fósforos).

Aplicação:
     ·         Retirar os fósforos da caixa e pedir à criança que os guarde, com as cabeças voltadas para o mesmo lado;
   ·         Enfileirar os fósforos na mesa, seguindo determinados critérios (ex. três voltados para cima e três voltados para baixo);
     ·         Fazer figuras com os fósforos;
     ·         Fazer formas geométricas com três, quatro, cinco e seis fósforos;
     ·         Construir um quadrado dentro do outro;
     ·         Inventar linhas com desenhos variados e reproduzi-las;
     ·         Fazer sequência de fósforos;
     ·         Fazer contas com fósforos.

Calendário de Pano:

  • Estimula: Desenvolver a noção de tempo e a sequência lógica dos dias, do mês, as estações do ano e as formas de vestuário adequadas ao clima.

  • Descrição: Cortar um tecido de 1m X 1,20m. Prender 31 bolsos de 10 cm X 10 cm. Colocar um número em cada bolso de 1 a 31. Fazer uma série de cartões de 8cm X 8cm com desenho de situações climáticas, vestuário e acessórios.

Aplicação: Diariamente as crianças observam as condições climáticas e colocam as figuras correspondentes ao clima, ao vestuário e aos acessórios no bolso do calendário, identificando o dia da semana e o mês em que se encontram.

Bingo de Formas Geométricas:

  • Estimula: Classificação, percepção visual, reconhecimento de formas e cores, atenção e concentração.

  •  Descrição: 6 cartelas (20 X 20 cm) contendo desenhos de círculos, triângulos, quadrados, retângulos (em cores diferentes). 36 cartelinhas (4 X 4cm) das mesmas figuras, para serem sorteadas. Tampinhas de refrigerante para marcar a figura sorteada.

Aplicação: Ao ouvir a descrição da figura “cantada”, a criança coloca uma tampinha em cima da figura correspondente. Ganha o jogo quem conseguir completar uma fileira horizontal ou vertical.

Quebra-palavras:
  • Estimula: Interesse por letras e palavras, composição de figuras e palavras, reconhecimento de letras, ordenação das letras na palavra.
  •  Descrição: Pedaços de papel cartão com 15 cm de altura e comprimento de acordo com a extensão da palavra, nas quais são desenhadas  (ou coladas) figuras e, abaixo das mesmas, a palavra correspondente, em letra bastão. As cartelas são cortadas em tiras verticais de forma que a cada letra corresponda um pedaço da figura.
      Aplicação:  Entregar para as crianças o conjunto de tiras de cada figura e sugerir que descubra qual palavra poderá ser formada.  A composição da figura é também a composição da palavra.

Dominó de Números:
  •  Estimula: Reconhecimento de numerais, noções de adição e subtração, desenvolvimento do pensamento lógico-matemático.
  •  Descrição: 28 cartelas de aproximadamente 6 X 12 cm, com dois números em cada uma. Números de 0 a 9 (recortados de folhas de calendário) na quantidade de quatro cada, foram colados nas duas partes dos dominós, seguindo as mesmas características do jogo de dominó.
 História em Quadrinhos:
  •  Estimula: Pensamento lógico, sequência lógica, atenção e concentração, estruturação tempo-espacial, discriminação visual, sociabilização.
  •  Descrição: Uma tira de cartolina com 7 cm de largura, riscada no sentido vertical, de 16 em 16 cm. Figuras selecionadas de revistas em quadrinhos são colocadas em sequência na tira de cartolina, para formar uma história, de acordo com o seguinte critério: uma figura é colocada no meio do espaço de 16 cm, entre os dois riscos verticais, e a figura seguinte é colocada sobre o risco. Depois serão cortadas nos lugares onde foram traçados os riscos, separando a figura ao meio e interrompendo a sequência.

Aplicação: Montar a sequência da história juntando as figuras separadas pelo recorte. Narrar a história.


Mediante as considerações aqui realizadas, cito trechos do estudo de autores que se debruçaram sobre a importância do Jogo e da brincadeira, na aprendizagem das crianças, que embasaram a fonte da pesquisa e, ainda, para referenciar minhas colocações a respeito da utilização de tais atividades na aprendizagem dos alunos com Deficiência Intelectual, onde:

Para Kishimoto (2003)
a construção do conhecimento por um aluno com deficiência intelectual é mais complexa, portanto, os profissionais da área educacional devem valorizar a prática lúdica, entendendo que o jogo pode ser um grande aliado no ato de ensinar de forma vivencial, pois desde os primeiros anos de vida, os jogos e as brincadeiras são nossos mediadores na relação com o mundo.

Para Almeida (1994)
A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. A educação lúdica é uma ação inerente na criança, adolescente, jovem, adulto e aparece sempre como uma forma tradicional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento coletivo (p. 10).

De acordo com Vygotsky (1998),
o jogo e o brinquedo são instrumentos que devem ser explorados na escola como um recurso pedagógico de grande valia, pois além de desenvolver as regras de comportamento, o jogo atua na zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a criança consegue, muitas vezes, realizações numa situação de jogo, as quais ainda não é capaz de realizar numa situação de aprendizagem formal.

  • ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo: Loyola, 1994.
 
  • KISHIMOTO, Tizuco M. O Jogo e a educação infantil. São Paulo: PioneiraThomson
Learning, 2003.
 
  • VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
 Fonte de Pesquisa: http://www.slideshare.net/robslunardi/jogos-e-brincadeiras-para-deficientes

domingo, 8 de setembro de 2013

Recursos de Tecnologia Assistiva para Deficiência Física no contexto escolar



Tecnologia Assistiva - Deficiência Física e alguns esclarecimentos.

 

Os objetivos da Tecnologia Assistiva é de proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

Com base nessa premissa, apresentamos três importantes recursos de Tecnologia Assistiva para Deficiência Física, que podem e devem ser utilizados no contexto escolar e que contribuem para eliminar barreiras referentes as ações cotidianas da aprendizagem e de mobilidade.

 
  • CAA ou (CSA) - Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa:

Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim. Sua utilização contribui para o estímulo ou desenvolvimento de um sistema de comunicação que se adeque as necessidades e habilidades verificadas de cada indivíduo, visando eliminar as barreiras relacionadas a comunicação e, portanto, de sua aprendizagem como um todo.

 



  •                       
    Adequação Postural:

Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros. Sua implementação, principalmente, na sala de aula, pode promover adequações em todas as posturas, deitado, sentado e de pé, possibilitando a execução e participação das atividades propostas, mediante um projeto de adequação postural específico.

 

  •   Projetos arquitetônicos para acessibilidade:

Adaptações estruturais, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.Tais recursos, estão garantidos em Lei para propiciar o acesso, funcionalidade e mobilidade para todos nos ambientes das edificações escolares.

 

  1. Esclarecendo ainda mais o termo: Tecnologia Assistiva

 

  • Tecnologia Assistiva é um termo utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão.

É também definida como "uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências" (Cook e Hussey • Assistive Technologies: Principles and Practices • Mosby – Year Book, Inc., 1995).

Conceito


O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva, foi criado em 1988 como importante elemento jurídico dentro da legislação norte-americana conhecida como Public Law 100-407 e foi renovado em 1998 como Assistive Technology Act de 1998 (P.L. 105-394, S.2432). Compõe, com outras leis, o ADA - American with Disabilities Act, que regula os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA, além de prover a base legal dos fundos públicos para compra dos recursos que estes necessitam.

Os Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Os Serviços, são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos.

·         Recursos
Podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente.

·         Serviços
São aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos.
Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como:

·         Fisioterapia

·         Terapia ocupacional

·         Fonoaudiologia

·         Educação

·         Psicologia

·         Enfermagem

·         Medicina

·         Engenharia

·         Arquitetura

·         Design

·         Técnicos de muitas outras especialidades

Encontramos também terminologias diferentes que aparecem como sinônimos da Tecnologia Assistiva, tais como “Ajudas Técnicas”, “Tecnologia de Apoio“, “Tecnologia Adaptativa” e “Adaptações”.

 

Conteúdo de autoria de Mara Lúcia Sartoretto e Rita Bersch ©2013.